O exército de smartphones coloridos para emplacar o Windows Phone 8

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O exército de smartphones coloridos para emplacar o Windows Phone 8


No último dia 29 de outubro, um novo capítulo na ainda curta história do Windows Phone foi aberto com o lançamento da oitava (ou, numa contagem mais realista considerando apenas os major releases, terceira) versão. O Windows Phone 8 (confira as principais novidades) é mais do que um número diferente; ele é um recomeço, um reboot na franquia, um passo para trás necessário para que a plataforma prospere.
Homescreens do Windows Phone 8.Homescreens do Windows Phone 8 (Foto: Reprodução)
Quem não gostou nada da mudança foram todos os donos de smartphones com Windows Phone 7/7.5, ou seja, todos lançados até então. As mudanças internas realizadas pela Microsoft no Windows Phone 8 inviabilizaram a atualização de dispositivos antigos. Quem tem um, terá que se contentar com um update mais tímido, o Windows Phone 7.8. Até agora, só se sabe que ela trará a nova homescreen (imagem acima), com blocos redimensionáveis e que ocupam toda a extensão horizontal da tela. Mas ainda que outras novidades do WP8 sejam portadas para o WP7.8, as APIs, conjunto de instruções utilizáveis pelos desenvolvedores para a criação de apps e jogos, ficarão de fora. Na prática isso se traduzirá em muitos apps incompatíveis.
Se em uma plataforma saudável e com abundância de apps isso já é um problema, no Windows Phone ele se agrava. Todas as análises do WP8 publicadas recentemente nos maiores sites de tecnologia do mundo batem nesse calo: falta app. Falta diversidade e qualidade. A lojinha do sistema cresce, já tem mais de 120 mil apps, mas muitos extremamente populares em outras plataformas ainda não pintaram na da Microsoft e alguns já disponíveis ficam bem atrás dos seus equivalentes no iOS e Android, caso, por exemplo, do WhatsApp. É um problema crônico, por mais integrado e independente de apps que seja a plataforma — e o Windows Phone é bem bom nisso.
As interações anteriores do Windows Phone eram tão promissoras quanto essa, por isso dá para ficar com um pé atrás em relação ao WP8. As mesmas análises de fora dizem que o sistema está mais polido e que diversas críticas do passado foram remediadas. Será o bastante? Como já comentamos em outra oportunidade, existem aspectos além do controle da Microsoft, ou do mérito do sistema, imprescindíveis para que ele faça sucesso junto ao consumidor final. Ser bem cotado por especialistas não é, infelizmente, garantia de boas vendas.
Steve Ballmer e os hardwares matadores para Windows Phone 8.Steve Ballmer e os hardwares matadores para Windows Phone 8 (Foto: Reprodução)
Pelo menos o exército de smartphones com Windows Phone 8, essa primeira leva de modelos, está bem atraente. No ocidente, três empresas lançaram ou lançarão cinco aparelhos até o fim do ano, todos com especificações invejáveis, repletos de tecnologias inovadoras e com visuais bem diferentes do que se vê na concorrência. Para quem está cansado de monólitos negros com telas grandes, as cores vibrantes da Nokia e HTC são revigorantes — e para quem tem um perfil mais discreto, a opção da Samsung supre esse espaço. Vamos conhecer esses smartphones?

Nokia Lumia 920 e 820

Nokia Lumia 920.Nokia Lumia 920 (Foto: Divulgação)
A Nokia aparece com dois modelos. O Lumia 920 é o topo de linha e tem credenciais para sê-lo. Com uma tela de 4,5” e alta resolução (1280×768), ele tem alguns truques na manga bem bacanas, como a recarga da bateria por indução (sem fios) e a tecnologia Puremotion HD+ que diminui o “lag” da tela, ajusta automaticamente outras características além do brilho (contraste e cores) e permite o uso da touchscreen com luvas. Sim, e não é bruxaria: dá para usar o Lumia 920 vestindo luvas. E ainda tem a câmera, com tecnologia PureView e lentes móveis, que garante fotos nítidas mesmo em ambientes pouco iluminados e vídeos com menos trepidação.
Pelo que já se leu por aí, o único contra do Lumia 920, além da já citada escassez de apps, é o peso. São 185 gramas. O número assim, isolado, pode não assustar, mas pondo-o em perspectiva se nota o quão pesado isso é. Seus concorrentes diretos, Galaxy S III e iPhone 5, têm 133g e 112g, respectivamente. Ele também é grosso para os padrões atuais: 10,7mm. Os dois rivais têm, na sequência, 8,6mm e 7,6mm. Se isso é incômodo além do tolerável, só pegando um na mão para saber. Mas praticamente todas as análises de fora destacaram o volume exagerado do Lumia 920.
Nokia Lumia 820.Nokia Lumia 820 (Foto: Divulgação)
O Lumia 820 é o irmão caçula (e mais barato). Ele mantém alguns destaques do 920, mas perde outros — notadamente, a câmera PureView, a tecnologia Puremotion HD+ e a resolução de alta definição da tela (que também é menor, de 4,3”). Por outro lado, preserva o mesmo processador, quantidade de RAM e, curiosamente, traz um slot de expansão para cartão microSD, coisa que o modelo topo de linha não tem (embora venha com 32 GB de espaço interno, ao passo que o 820 traz só 8 GB).
A Nokia já confirmou o lançamento, pelo menos do Lumia 920, no Brasil. Quando? No primeiro trimestre de 2013. Quanto? Ninguém sabe.

HTC Windows Phone 8X e 8S

HTC Windows Phone 8X.HTC Windows Phone 8X (Foto: Divulgação)
Como a HTC abandonou o Brasil, a menos que você viaje e compre lá fora ou importe, não verá a cor, ou as cores desses modelos por aqui. Windows Phone 8X e Windows Phone 8S (os nomes oficiais são esses mesmos) são, segundo Steve Ballmer, CEO da Microsoft, os únicos smartphones “assinados” pela empresa. Uma apunhalada nas costas da Nokia? Talvez. As similaridades com a linha Lumia são grandes, principalmente pela paleta multicolorida disponível nas duas linhas.
O Windows Phone 8X, a exemplo do Lumia 920, também é cheio de detalhes. Mais leve (130g), mas quase tão grosso quanto (10,1mm), o truque que a HTC usou é o mesmo da Apple para o novo iMac: afinar as bordas. Nas análises externas, essa decisão de design foi exaltada por, além de mascarar a grossura do aparelho, conceder uma empunhadura mais confortável. A tela do 8X é menor que a do Lumia 920 (4,3” contra 4,5”) mas a resolução é quase a mesma (1280×720 contra 1280×768), o que faz com que a densidade de pixels no modelo da HTC seja maior.
HTC Windows Phone 8S.HTC Windows Phone 8S (Foto: Divulgação)
Os processadores são idênticos (Snapdragon S4 Pro dual-core de 1,5 GHz), a quantidade de RAM também (1 GB), mas a memória interna, não expansível, é metade do que a oferecida pela Nokia (16 GB contra 32 GB). O Windows Phone 8X, mesmo sendo inferior no papel ao que a Nokia oferece, arrancou suspiros e ganhou gente influente lá fora, como o analista especializado em Microsoft Paul Thurrott e os editores do site The Verge Vlad Savov e Tom Warren.
Tal qual a relação Lumia 920-820, a Windows Phone 8X-8S segue a mesma fórmula. O 8S é uma versão menor e mais simples. Tela de 4” com resolução SVGA, apenas 4 GB de espaço interno (mas com slot para microSD), 512 MB de RAM, câmera de 5 MP e ausência da frontal e processador levemente mais lento. Se entre os modelos topo de linha a briga é equilibrada, no confronto direto entre os de entrada o da Nokia, o Lumia 820, se mostra, ao menos no papel, bem superior ao HTC Windows Phone 8S.

Samsung Ativ S

Samsung Ativ S.Samsung Ativ S (Foto: Divulgação)
Este smartphone ainda não foi lançado, é esperado para até o fim do ano, e é a única aposta, até o momento, da Samsung no Windows Phone 8. O Ativ S da Samsung tem a maior tela dessa leva (4,8”, resolução de 1280×720) e é o único que usa a tecnologia AMOLED, que garante pretos mais profundos, mas devido ao uso de uma matriz PenTile, pode exibir cores distorcidas pendendo para o verde. Dentre os topos de linha, é o único a contar com slot para cartão microSD. E é, também, o mais fino deles — apenas 8,7mm.
***
Uniformidade em especificações é uma constante no Windows Phone. Já era assim em 2010 e, agora, mesmo com o sistema totalmente renovado a tendência permanece. Isso é bom: mesmo fabricados por empresas diferentes, o fato de todos usarem um mesmo processador garante que a experiência será parecida e, mais importante, boa. É nos detalhes que as diferenças emergem — e quantos detalhes, não?
O prognóstico para o Windows Phone 8 é bom e, nessa primeira rodada de aparelhos, o sistema se vê bem servido em hardware. Mas aí entram outros desafios para levar essa boa execução ao consumidor final. O trabalho só começou. Convencer quem vai a uma loja ou visita um site de compras convicto de que quer um iPhone ou Android a mudar de ideia é difícil. Se por um lado ter entrado tarde na briga dos smartphones permitiu à Microsoft entender melhor o mercado e entregar um sistema mais polido e diferente de tudo que existia, por outro impôs um desafio extra: o de vencer o hábito, se sobressair a aparelhos já estabelecidos e conhecidos pelo público. Uma tarefa extremamente difícil, diga-se de passagem.

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