Temor de que a evolução tecnológica prejudicaria o mercado de trabalho é, até agora, infundado
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A revolução digital dos últimos anos fez surgir inúmeras profissões novas. Aparentemente, o temor de que a evolução tecnológica iria prejudicar o mercado de trabalho é, até agora, infundado. O que dá para afirmar é que o trabalho mudou, e que surgiram novas carreiras, enquanto outras desapareceram. E algumas dessas novas atividades têm profissionais disputados a tapa pelos empregadores.
A maioria dessas novas funções não está diretamente ligada à formação do profissional, mas sim ao perfil do candidato. Neste sentido, podemos citar o recente surgimento do “cientista de dados”, um profissional que trabalha com dados massivos – o chamado “Big Data”.
Uma plataforma de extração de petróleo gera, em média, sete Terabyte de informação continuamente. Para entender o funcionamento da estação, é o cientista de dados quem vai analisar e gerenciar esses dados para criar modelos matemáticos aplicáveis à situação. Outro exemplo mais próximo são as redes sociais; com milhões de usuários ao redor do mundo, dá pra imaginar quanta informação é gerada nesses canais todos os dias. Mais uma vez, o cientista de dados é o profissional que analisa tudo isso e assim identifica o comportamento de determinado grupo – ou até uma nova tendência – e usa isso a favor da sua empresa.
Para esse tipo de função (e também para outras no setor de tecnologia), não existe formação específica... ocupar cargos como o de “cientista de dados” depende muito mais da iniciativa e do perfil do profissional.
Esse curso não existe. A formação parte da formação clássica em tecnologia da informação ou engenharia, uma especialização em estatística em modelagem e um pouto também de especialização por indústria", explica Katia Vaskys, diretora de Business Analytics & Optimization da IBM.
"Existem alguns candidatos que você percebe que têm uma formação numa área, mas vê uma aptidão de querer investir em outras áreas", diz Ulisses Mello, diretor de Laboratórios e Pesquisas da IBM. "Iniciativa é um aspecto que é importantíssimo em todas as áreas da tecnologia", complementa Shuji Shimada, diretor de People Consulting.
O fato é que como a tecnologia é algo muito dinâmico, que evolui rapidamente, com o passar dos anos, acaba se tornando comum que novas oportunidades e até novas atividades sempre surjam na área de TI.
"Mesmo em artes, antigamente toda essa parte de arte era feita por profissionais de arte e eles não investiam em tecnologia, era em canvas", diz Mello. "Hoje em dia, com softwares tipo Photoshop, existe uma nova geração de artistas", complementa, explicando que eles são conhecidos como "artistas de mídia".
Muitas vezes quem entra no mercado de TI acredita que apenas o conhecimento técnico é suficiente para ter sucesso na profissão. "Tem que exercer uma forte liderança - tem de desenvolver essa competência em liderança -, a comunicação é extremamente importante, a capacidade de administrar conflitos, a organização, flexibilidade e relacionamento interpessoal", diz Shimada, que ressalta: "Tem uma série de aspectos que o pessoal acaba esquecendo e tem que se dar importância."
Resumindo, uma das principais dicas que deixamos hoje é que o profissional de TI não pode mais se prender à formação tradicional. "Muitas vezes você decidiu fazer vestibular para uma área porque achou que aquela era a área de maior aptidão - e pode ser -, mas normalmente você tem outras, uma segunda que te faz pensar: 'Eu poderia ter sido também um arquiteto', então essas áreas correlatas em que você se sente confortável eu acho que você deve olhar bem e tentar expandir", opina Mello.
E se a área de TI continua aquecida – como a gente vem repetidamente falando aqui na série “Educação Digital 2012” – alguns segmentos são ainda mais promissores no momento. O volume de vagas na área de desenvolvimento em todas as plataformas chama atenção. Mas são os dispositivos móveis como tablets e smartphones os responsáveis por uma demanda grande e imediata de profissionais. "E não tem volta", afirma Shimada. "É uma demanda que vai crescer sempre."
Agora, cuidado. Se você é um candidato ou já está atuando na área e ainda não fala inglês... é bom se agilizar. Números indicam que apenas 17% dos profissionais de TI têm conhecimento avançado de um segundo idioma. E na hora de competir ou evoluir, sim, isso faz muita falta.
Na semana que vem, no último capítulo da série “Educação Digital 2012”, você vai conhecer mais sobre a formação do profissional de TI, os cursos mais indicados e até descobrir se vale a pena investir e estudar fora do país. Enquanto isso, se você perdeu alguma duas primeiras reportagens, que trazem orientações indispensáveis para quem não é só fã de tecnologia, mas também quer seguir carreira nesse mercado, acesse os links acima. Você fica por dentro de tudo o que o setor exige do candidato e fica mais preparado para crescer profissionalmente. Acesse e aproveite... afinal, este é só o primeiro passo; o resto é com você.
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