Tire todas as dúvidas que você ainda tinha sobre estes incrÃveis equipamentos.
10. Qual é a complexidade máxima dos objetos impressos?
Não existe um limite para a complexidade dos objetos impressos. Como, antes de iniciar a impressão, o software “fatia” os modelos em milhares de camadas bidimensionais distintas, para a impressora não faz diferença se você vai imprimir um quadrado ou uma miniatura funcional de um motor de carro, pois, se você olhar cada uma das camadas, verá que são apenas linhas dispostas em duas dimensões. A única diferença é o tempo da impressão. Quanto mais partes, mais demorado vai ser o processo.O tamanho da impressão também não tem limites. Isso é proporcional ao tamanho da área de impressão do equipamento, e cada modelo tem suas caracterÃsticas principais. O nÃvel de detalhes do objeto é proporcional à largura das camadas escolhidas no momento da impressão. Quanto mais finas, maior será a qualidade do item impresso.
11. O que tem dentro de um objeto impresso em uma impressora 3D?
Um objeto impresso em 3D possui o formato que você definir, seja por dentro ou por fora. Isso significa que, se você criar um modelo “oco”, ele vai ser impresso assim. Porém, se você não definir nenhum espaço vazio dentro de um cubo, por exemplo, a impressora vai imprimir um cubo maciço.Essa caracterÃstica também pode ser definida dentro dos softwares de impressão. Alguns trazem a opção “Fill” (preencher) para que os objetos tenham o seu interior preenchido. Outros fazem isso por padrão a não ser que você determine o contrário.
Tenha em mente que objetos ocos tendem a ser mais frágeis, portanto trate de definir uma boa “espessura” para das paredes do modelo antes de iniciar a impressão para não correr o risco de ter problemas. Geralmente essa caracterÃstica deve ser relativa ao material escolhido. Quando mais sólida a matéria-prima, mais fina pode ser a parede.
12. Como lidar com as partes “flutuantes” de um modelo impresso em uma impressora 3D?
Quando você olha um modelo feito em três dimensões no computador, ele pode possuir diversos pontos “flutuantes”. Imagine o modelo de um homem com os dois braços abertos. Se ele estiver na tela do PC, tudo bem. Pois é só um modelo.Caso você tente imprimir a peça, será preciso pensar em como esse objeto vai ficar quando a gravidade agir sobre suas partes, por exemplo: se esse modelo for impresso em pé, a impressora vai começar a criar as camadas a partir do pé do boneco. Quando chegar aos braços, não vai existir uma sustentação para que o plástico comece a ser depositado, e isso vai resultar em uma bagunça sem fim.
( Fonte da imagem: Reprodução/Formlabs )
Para resolver esse problema, é preciso definir hastes de sustentação para todas essas partes flutuantes. Essas hastes devem ser removidas depois da impressão. Para que isso seja possÃvel, algumas impressoras trazem duas extrusoras, cada uma com um material diferente. O suporte pode ser feito com um plástico biodegradável e que se desmancha na água, desse modo, basta lavar o objeto impresso com água quente após o final da impressão para que os suportes possam ser removidos e você tenha um modelo perfeito.
Uma sugestão mais simples é simplesmente mudar a orientação do modelo. Porque não imprimir esse homem com os braços abertos, deitado? Ou, então, separar as partes do corpo e imprimir uma de cada vez, independentemente, para depois uni-las, exatamente como os action figures tradicionais são fabricados.
13. Existe alguma diferença entre os plásticos ABS e PLA utilizados na impressão 3D ?
Esses dois materiais não são os únicos, mas são os mais utilizados na impressão 3D. Confira as principais diferenças entre os dois.- ABS: o material mais comum utilizado nas impressoras de modelagem por fusão e depósito (as mais comuns e mais acessÃveis ao público em geral) é o ABS, ou Acrilonitrila butadieno estireno. Esse tipo de polÃmero é bastante rÃgido e leve, apresentando um bom equilÃbrio entre resistência e flexibilidade;
- PLA: o PLA ou ácido poliático é um polÃmero biodegradável que é produzido a partir de ácido láctico fermentado a partir de culturas. Esse tipo de matéria-prima é mais eficiente que o ABS em determinadas moldagens, pois tende a deformar menos depois da aplicação e libera menos fumaça ao atingir o seu ponto de fusão, além de ser biodegradável.
( Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo )
Não existe muita diferença de preço entre os dois, pois ambos são materiais relativamente baratos. Você deve escolher aquele que mais se adequa à sua impressora e aos seus objetivos.
14. Qual é o material utilizado nas impressoras por fusão a laser (SLS e SLA)?
Como as impressoras do tipo SLS são as mais versáteis, a quantidade de materiais disponÃveis para a impressão também é grande. Os mais comuns, contudo, são o plástico e o metal. Diferentemente das impressoras de fusão e acumulação, em que a matéria-prima é fornecida por filamentos plásticos, aqui o material é em formato de um pó ultrafino que é bombardeado por um laser de alta potência até que entre em ponto de fusão para formar as camadas.Existe uma infinidade de plásticos disponÃveis para o processo, como poliamida, poliestireno, nylon, ABS e muitos outros. Também existem modelos que trabalham com fibra de carbono, alumÃnio, ferro e aço, além de gesso e cerâmica.
( Fonte da imagem: Reprodução/Axis )
Já no caso das impressoras do tipo SLA, em que os objetos são moldados em uma resina lÃquida, um dos materiais mais utilizados é o plástico epóxi em forma lÃquida. Porém, existem grandes variações desse material, servindo para diversas finalidades, como permitir a criação de objetos mais resistentes a altas temperaturas, por exemplo.
15. Qual é a maior impressora 3D que existe atualmente?
Conforme a tecnologia avança, surgem mais e maiores impressoras de tamanhos avançados. Uma delas é a Gigabot: o modelo que começou como um projeto no Kickstarter promete itens com um tamanho máximo de até 60x60x60 centÃmetros.Fabricantes mais tradicionais, como a MakerBot, também já estão criando modelos cada vez maiores. A Replicator 2 possui uma área de impressão maior que a dos modelos anteriores, e essa tendência é aumentar ainda mais. Mesmo que modelos maiores pertençam a um nicho mais exclusivo, certamente devem surgir em um futuro próximo versões disponÃveis para o público em geral.
(Fonte da imagem: Reprodução/Kickstarter)
Saindo do universo relativamente normal da impressão 3D e passando para o ramo da pesquisa e desenvolvimento, já estão em desenvolvimento modelos grandes o suficiente para imprimir casa inteiras.
16. É verdade que em breve será possÃvel imprimir casas inteiras?
Já existem diversas iniciativas no mundo todo para o desenvolvimento de impressoras grandes o suficiente para a construção de casas inteiras. O processo seria basicamente o mesmo de uma impressora de mesa: o equipamento deposita a matéria-prima em camadas até que a construção fique pronta.O diferencial aqui é justamente o material, que pode ser fibras de madeira, metal, plástico e até mesmo areia. A vantagem desses equipamentos é a velocidade, o custo e a resistência das construções, que deve ser muito maior, principalmente se levarmos em conta a complexidade da obra.
Um dos pioneiros nessa área é o Dr. Behrokh Khoshnevis, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. O processo desenvolvido por ele é o Contour Crafting e, de acordo com a equipe, em breve será possÃvel construir uma casa inteira em apenas um dia.
17. O que sai mais barato? Uma casa construÃda no modelo tradicional ou uma casa impressa?
De acordo com os estudiosos do assunto, uma casa impressa teria um custo muito mais baixo que uma casa construÃda no modelo tradicional por diversos fatores. O primeiro deles é o custo do material: como não há desperdÃcio, pois tudo é calculado meticulosamente, a construção seria mais barata.Outro motivo é o custo com trabalhadores. Como não é preciso ter muitos operários trabalhando na obra, é possÃvel economizar muito nesse quesito. Além disso, a construção civil não é um lugar exatamente seguro, e muitos trabalhadores acabam se acidentando, elevando ainda mais o custo da obra.
Existe ainda o fator tempo: estudos garantem que uma casa inteira pode ser “impressa” em até 20 horas, o que, novamente, serviria para baixar ainda mais o custo como um todo.
Se considerarmos o conjunto de todos esses fatores multiplicado por centenas de vezes (pense em um condomÃnio com muitas casas), terÃamos uma redução de custos impressionante, o que poderia se refletir em casas com preços muito mais acessÃveis.
18. É verdade que eu posso imprimir uma impressora 3D com uma impressora 3D?
Na verdade, em parte, sim. O RepRap é um projeto de impressoras de código aberto, ou seja, que podem ser utilizadas e modificadas por qualquer um, que visa a disseminação desses equipamentos.Como as impressoras 3D RepRap são construÃdas com muitas partes plásticas, a maior parte da mecânica dessas impressoras pode ser criada por elas mesmas, ou seja, as impressoras são capazes de se autorreplicar.
( Fonte da imagem: Reprodução/RepRap )
Entretanto, alguns componentes eletrônicos, cabos de energia e outros precisam ser adquiridos separadamente, pois as impressoras ainda não são capazes de produzir objetos com partes complexas e que misturam diversos materiais diferentes.
Caso você esteja interessado, acesse a página do projeto RepRap, escolha um modelo e crie a sua própria impressora 3D.
19. É verdade que já é possÃvel imprimir órgãos humanos com uma impressora 3D? Qual é o material utilizado e como isso é possÃvel?
Apesar de já ser possÃvel imprimir órgãos humanos em uma impressora 3D, ainda deve demorar um tempo para que essa tecnologia chegue aos laboratórios e hospitais.A forma como isso funciona é semelhante ao modo como uma impressora 3D normal trabalha. A diferença está na matéria-prima que, em vez de ser um filamento plástico, é uma mistura de células-tronco com células de algum órgão especÃfico, como um rim, por exemplo.
Cientistas da Universidade da Pensilvânia desenvolveram um sistema capaz de imprimir vasos sanguÃneos. A tecnologia deles é muito inteligente: a impressora cria “guias” com açúcar, que é estabilizado com um polÃmero especial. Depois disso, uma série de células é depositada sobre esses trilhos de açúcar, transformando os tubos em um tecido vivo.
Porém, ainda existem alguns problemas para serem resolvidos nesses modelos, e um dos principais é a durabilidade das células. As células-tronco humanas tendem a não sobreviver ao processo de impressão. Dessa forma, os pesquisadores ainda precisam de ajustes no processo para que isso possa ser feito.
A vantagem é que, mesmo com todos esses problemas, muitas pessoas ao redor do mundo todo já estão pesquisando maneiras de viabilizar a fabricação de órgãos, pois isso salvaria milhares de vidas que estão atualmente nas filas de transplante.
20. E se a minha impressora 3D estragar?
A tecnologia de impressoras 3D ainda é novidade no mundo todo, principalmente no Brasil. Dessa forma, ainda não existem muitas assistências técnicas especializadas nesse tipo de equipamento por aÃ.Se você tiver algum problema com a sua impressora 3D, existem vários caminhos para tentar resolver o problema. O primeiro deles é entrar em contato com o fabricante, que poderá fornecer suporte e, ou, instruções de conserto, assim como peças sobressalentes.
Caso a sua impressora seja do modelo RepRap, é possÃvel repor algumas peças danificadas facilmente: basta ir até a casa de um amigo que também possua um equipamento desses e fabricar as peças que estão faltando. Se isso não for possÃvel, o projeto RepRap possui uma vasta documentação detalhando esses equipamentos e que pode fornecer muitas informações úteis para o reparo dos modelos.
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