COLUNA DO CARPE #27: OS DIAS DE DOMÍNIO DA STEAM ACABARAM

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COLUNA DO CARPE #27: OS DIAS DE DOMÍNIO DA STEAM ACABARAM

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Nota do editoras Colunas do Carpe agora passaram a ser quinzenais, então não estranhem. Isso está sendo feito para que as agendas do Carpe e a nossa conciliem e os artigos continuem sendo publicados pra vocês.
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Por muitos anos, a Steam foi sinônimo de jogos no PC. Representou, talvez, o equivalente a Xbox Live ou a PlayStation Network para os computadores, um software que unificava a experiência na plataforma.
Praticamente todos os jogos lançados para Windows, Linux e Mac estavam disponíveis por lá, das grandes produções até os indies, focados em single-player ou multiplayer. Era até comum ouvir a palavra “monopólio” associada a plataforma da Valve.
O sucesso não foi à toa, e sim fruto do pioneirismo da Valve, que apostou na distribuição digital como o futuro da indústria quando poucos acreditavam nisso. No entanto, o cenário mudou, e o “império da Steam” pode estar chegando ao fim - pelo menos como o conhecemos.

Concorrência

Algumas publicadoras de grande relevância no mercado já abandonaram a loja da Valve, e diversos jogos e franquias de peso não fazem mais parte de seu catálogo. É um movimento cada vez mais comum.
É o caso de Fortnite e League of Legends, dois dos maiores games da atualidade. Call of Duty: Black Ops 4, um dos lançamentos mais aguardados deste ano, também não será disponibilizado na Steam, e sim na Battle.net, plataforma própria da Blizzard. É onde já estão jogos como Overwatch, World of Warcraft e Hearthstone.
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Trata-se do segundo grande título da Activision a dar as caras por lá, algo que começou com Destiny 2 no ano passado e que pode se tornar o padrão para os jogos multiplayer da publicadora.
Fallout 76, o mais novo título multiplayer da Bethesda, será vendido e disponibilizado através de um launcher próprio da publicadora. Vale lembrar que a franquia é muito forte nos PCs: o quarto game vendeu mais de 6 milhões de cópias no Steam, superando jogos como Call of Duty: Black Ops 3 e Assassin’s Creed: Origins.
Electronic Arts e Ubisoft possuem suas próprias lojas há anos. A Origin, por exemplo, é a única plataforma para quem deseja jogar Battlefield, FIFA e The Sims no PC. A Ubisoft é um caso à parte, já que seus títulos são publicados simultaneamente na Steam e na Uplay, mas nada garante que continuará assim no futuro.
Como se não bastasse, outras empresas muito fortes estão apostando em lojas próprias que concorrem diretamente com o serviço da Valve.
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A Twitch, maior plataforma de streaming de jogos, comercializa games independentes desde o ano passado. O catálogo ainda é tímido,  mas que tem tudo para crescer. Estamos falando de um serviço pertencente à Amazon, um dos maiores varejistas do mundo.
Outra plataforma de distribuição digital promissora é o Discord. O maior aplicativo de conversas por voz no PC terá uma loja para títulos independentes muito em breve. A base instalada do aplicativo é de aproximadamente 150 milhões de usuários, número ainda maior do que o de usuários da Steam.

Causas e consequências

Por muito tempo, publicar um jogo na Steam era bastante vantajoso. O software possui uma enorme base instalada onde os jogos têm grande visibilidade, mesmo os indies e títulos em acesso antecipado.
Além disso, costuma ser bastante prático para os desenvolvedores. Os estúdios não precisam lidar diretamente com a estrutura necessária para a distribuição (servidores e afins) ou formas de pagamento.
No entanto, tudo isso tem seu preço. A Valve fica com 30% de absolutamente tudo o que é vendido em sua plataforma, desde jogos até DLCs e microtransações.
Diversas publicadoras estão se dando conta de que não precisam dos benefícios oferecidos pela Steam, sendo mais vantajoso ficar com o lucro integral das vendas e lidar diretamente com a publicação, ou recorrer a outros serviços.
A recém anunciada loja do Discord, por exemplo, fica apenas com 15% dos valores arrecadados nas vendas, o que é mais atrativo principalmente aos estúdios independentes.
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Obviamente, isso não é nada bom para a Valve. Publicadoras e franquias que outrora atraíam multidões à sua plataforma, não rendem mais um centavo sequer através da Steam.
Call of Duty: Black Ops 3, por exemplo, vendeu 3 milhões de cópias na plataforma, custando, em média, 60 dólares. Um cálculo simples indica que as vendas do título renderam cerca de 180 milhões de dólares, e que a Valve ficou com 54 milhões, um terço disso.
É um montante considerável a se perder, e nem colocamos os conteúdos adicionais na conta. Na maioria dos casos, eles rendem ainda mais lucro do que as vendas do jogo. Agora imagine este cenário para todos os outros games mencionados aqui, e somados.

A resposta

Qual a saída para a Valve, então? Reduzir as taxas não me parece uma solução tão plausível. Distribuir os jogos tem seus custos, e por menor que seja a porcentagem cobrada, ainda pode ser mais barato para as publicadoras cuidarem de tudo de maneira independente.
Acredito que a Valve apostará cada vez mais em seus próprios jogos, como Counter-Strike: Global Offensive, Dota 2, Team Fortress 2 e Artifact. Se a receita de sucesso, hoje, são os jogos-como-plataforma, o mais sensato é fortalecer os seus.
A Valve sabe disso, é algo que eles já vem fazendo há um certo tempo. Não é por acaso que, entre os cinco games mais jogados no Steam, dois pertencem a empresa de Gabe Newell.
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Inclusive, anunciaram recentemente que voltarão a investir pesado no desenvolvimento de novos jogos, através da criação e aquisição de estúdios. A ideia é ter títulos tão fortes e lucrativos de forma que a empresa não dependa dos jogos de terceiros, e que os seus próprios games sejam o maior atrativo à Steam.

O que muda?

Quanto a nós, consumidores e jogadores, ainda é possível fazer algumas considerações.
O mercado no PC é mais livre, por natureza. Não há uma empresa “dona” do ecossistema, capaz de ditar as regras, como é nos consoles. Isso traz algumas vantagens e desvantagens (como praticamente tudo na vida).
A concorrência entre diferentes serviços é benéfica, cada qual procurando trazer atrativos ao consumidor. A assinatura Origin Access, por exemplo, apresenta uma ótima relação de custo-benefício aos jogadores de PC. É uma iniciativa da EA que, se dependesse apenas da Steam, talvez não existiria.
No entanto, acostume-se com diversos launchers instalados em sua máquina, com atualizações independentes, diversas senhas para lembrar e diferenças entre as formas de pagamento. Alguns programas longe de serem tão bons quanto a Steam. Sabe aquela praticidade de sentar e jogar, como em um console? Fica cada vez mais distante nos PCs.
No fim das contas, mantenho-me atento a todas essas mudanças na indústria, curioso pelos próximos movimentos da Valve e o número cada vez maior de concorrentes surgindo. Ah, e que tragam logo meu Half-Life 3, por favor.

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1 Comentários

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