Trazemos as conclusões de quem já testou a banda larga ultraveloz que o Google instala em Kansas City
O Google apresentou seu serviço de banda larga ultraveloz e de televisão na quinta-feira passada (26/07) e, até essa segunda-feira (30/07), recebeu mais de 4 mil pré-inscrições de pessoas interessadas no produto. Mas alguns estabelecimentos já contam com a conexão do Google Fiber, e o pessoal do GigaOM visitou um deles para dar as primeiras impressões.
O repórter Dave Greenbaum esteve na padaria vegana Mud Pie, em Kansas City, onde o Google instalou o Fiber no sábado (28/07). Em conversa com Michael Valverde, coproprietário do lugar, Greenbaum descobriu que a equipe do Google rondou a padaria por muitos meses antes de escolhê-la para testar a novidade. Além da rede, a companhia colocou no estabelecimento dois de seus Chromebooks.
Os testes
Para averiguar a velocidade do Fiber, foram feitos testes com conexĂŁo via cabo e Wi-Fi - cuja tecnologia nĂŁo suporta o Gigabit oferecido pelo Google. A primeira coisa que Greenbaum fez foi tentar assistir Ă transmissĂŁo via streaming dos Jogos OlĂmpicos de Londres em alta definição. "O vĂdeo em HD foi simplesmente lindo, mas havia soluços", notou.
Então o repórter partiu para os downloads, baixando a versão 10.7.4 do sistema operacional do Mac. No cabo, o arquivo de 1,4 Gb levou cinco minutos e quatro segundos para ser baixado; já quando usou o Wi-Fi de seu próprio Macbook, ele teve de esperar 15 minutos e 21 segundos. Greenbaum testou os dois modelos de conexão pelo Speedtest.com, que no primeiro caso mostrou velocidade de 176,59 Mb por segundo para download, mas, no segundo, revelou fracos 41,73 Mb/s.
"A lenta velocidade via Wi-Fi era esperada, mas com conexĂŁo plena de cabo eu teria esperado que o arquivo fosse baixado em menos de um minuto", afirmou. Como efeito comparativo, ele usou sua internet contratada da AT&T e viu o download ser concluĂdo em 14 minutos e 50 segundos no cabo, e em 41 minutos e 24 segundos no Wi-Fi.
SĂł quando partiu para os torrents - que afirma terem sido todos legais -, Greenbaum conseguiu notar a velocidade, ao baixar um arquivo de 134,4 Mb em apenas 11 segundos. "Os assinantes vĂŁo pagar por uma internet muito veloz, mas talvez nĂŁo notem a diferença quando compararem com o alto nĂvel de banda larga dos amigos."
Mais problemas
Outra limitação é o compartilhamento da caixa de rede do Google, que é usada tanto para internet, quanto para o serviço televisivo. Se o assinante quiser gravar oito programas (o máximo permitido) simultaneamente, a velocidade da navegação pode ser comprometida. Além disso, os clientes da padaria conectada reclamaram da falta de opções no line-up do Fiber, que não conta com grandes redes como ESPN, Disney, Comedy Central e nem com os canais premium da HBO.
O produto também não possui opção para inclusão de telefone fixo via IP. "Enquanto os assinantes podem usar seus telefones celulares, muitas pessoas ainda usam alarme ou sistemas de fax que precisam de uma linha fixa. Os dois poderiam ser feitos pela internet (ou por um produto terceirizado de linha por IP), mas seria um incômodo adicional mudar", relata Greenbaum.
O repórter do GigaOM percebeu que o Google vai obrigar os consumidores a usarem sua caixa de rede como roteador, enquanto as companhias de cabo geralmente permitem o uso de qualquer produto. "Se você quiser a rede do Google você terá de usar a caixa deles e viver com suas restrições", alertou.
Mas há algo que pode dar mais trabalho Ă gigante de buscas: a questĂŁo da privacidade. Greenbaum disse que representantes precisaram conversar com os clientes para convencĂŞ-los de que o Google nĂŁo ficaria espionando enquanto eles navegassem pela rede da companhia. É um sinal que ele considera "desanimador, para dizer o mĂnimo".
Apesar de ter destacado os pontos negativos, Dave Greenbaum concluiu que trata-se de um ótimo produto, que de tabela ainda deve forçar a concorrência a melhorar seus serviços. E você, espera que o Google Fiber venha para o Brasil?
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