Ideias, prática e networking podem valer mais que uma faculdade famosa no currículo
Stephanie Kohn
Eduardo
Saverin, cofundador do Facebook fez Harvard, e Mike Krieger, cocriador
do Instagram, cursou Stanford. Mas isso não significa que para chegar ao
Vale do Silício você precise estudar em faculdades caras e famosas como
estas. Segundo Nathalie Trutmann, diretora de inovação
da FIAP e consultora para startups, no maior pólo tecnológico do mundo o
que vale mesmo são ideias, prática e networking.
Para a
diretora o conhecimento técnico é essencial, pois na Califórnia a
maioria das empresas e startups são fundadas por pessoas que fizeram
cursos específicos. E esta competência, obviamente, virá da vida
acadêmica, mas não necessariamente de uma instituição de fama
internacional.
"Neste meio digital é muito importante o conhecimento técnico e a
prática, e não apenas a noção de gestão de negócios, que pode ser
adquirida com um curso de administração, por exemplo. No Vale do Silício
eles não contratam pessoas sem especialidade e experiência", comenta.
A sugestão de Nathalie, portanto, é dar preferência para engenharia da
computação, arquitetura da informação, sistemas da informação,
administração em TI e qualquer outra graduação que te deixe perito no
assunto e te faça colocar a mão na massa - dentro ou fora da faculdade.
Outra dica é complementar o ensino acadêmico com a leitura de livros
sobre empreendedorismo, além de cursos voltados para uma área, dentro da
sua profissão, que te atraia.
"Para se sentir seguro em um ambiente como o do Vale do Silício é
importante saber os conceitos e terminologias que se usam por lá, além
de se informar sobre a região e as empresa", aconselha.
O estudo
do mercado o qual você quer entrar faz toda a diferença na hora de
buscar um emprego no Vale do Silício ou abrir sua própria empresa.
Nathalie lembra que desta forma é possível identificar com mais
facilidade as oportunidades de negócio. Outro ponto fundamental é se
adequar a cultura do pólo tecnológico.
"Os brasileiros não tem costume de compartilhar conhecimento e ideias
com medo de serem roubados, mas lá nos Estados Unidos isso é muito
comum. Os empreendedores e profissionais do Vale do Silício trocam
opiniões, dividem pensamentos e aprimoram seus projetos baseados em
conversas. É o tal do networking", diz.
A capacidade prática também conta muito neste meio, de acordo com
Nathalie. É comum as pessoas arriscarem mais e enxergarem o erro como
aprendizagem e não como fracasso. Sendo assim, a execução de projetos se
torna fundamental e se baseia, principalmente, no conhecimento técnico.
"Eles vivem na cultura do teste rápido. O Mark Zuckerberg, por exemplo,
por ser programador, foi capaz de desenvolver o Facebook, enquanto os
gêmeos [Winklevoss] ficaram na ideia", avalia.
Ao analisar o caso do Facebook fica claro a relevância dos três pontos
que a especialista comentou no início da matéria; nesta história, a
ideia, prática e networking foram mais importantes que a instituição em
que os envolvidos estudaram.
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