Abaixo da média global; assim é nossa velocidade média de conexão à internet no Brasil. O país é apenas o septuagésimo terceiro colocado no ranking do estudo “State of Internet”, realizado pela Akamai, maior empresa em aceleração e segurança para a internet, em 243 países. Segundo o relatório do último trimestre, a velocidade média da conexão no Brasil foi de 2,3 megabits por segundo – enquanto a média global é de 3,1 megabits por segundo.
Uma curiosidade salta aos olhos nesse ranking: ficamos atrás até da atrasadíssima Coréia do Norte, que registrou velocidade média de 2,7 megabits por segundo. Mas, acredite, a situação por aqui já foi pior: a média brasileira cresceu 7,4% em relação ao último período de um ano.
Na visão do diretor da Akamai na América Latina, Jonas Silva, a baixa velocidade de conexão no país é oriunda, principalmente, de dois fatores. O primeiro é que cresceu muito o número de primeiros usuários de internet no Brasil e, segundo ele, esses acessos – mais concentrados nas classes C e D da sociedade – são realmente de baixa velocidade.
"A outra coisa que leva a este comportamento no Brasil é a dimensão geográfica, que é muito grande. Isso causa uma certa dificuldade para trazer uma velocidade alta de internet para um país com dimensões continentais", explica Jonas Silva.
Na América Latina, a maior média está no Chile, com quase três megabits por segundo de velocidade. Mas vale lembrar que dos 16 milhões de habitantes de lá, cerca de 13 milhões estão concentrados na capital, Santiago. Já o Brasil é um país continental, o que dificulta as comparações. Fica mais fácil, nesse caso, comparar com a velocidade média de conexão em São Paulo, maior cidade do país. , "Se conseguirmos separar por estado, todos os estados litorâneos tem velocidades maiores e, eventualmente o Sudeste e o Sul têm velocidade mais alta. Isso vem desde o tempo da colonização, como o Brasil se desenvolveu", explica Silva.
A boa notícia é que as perspectivas são otimistas. Com o crescimento de novos serviços através da internet na TV, as operadoras – por acaso as mesmas que oferecem serviço de banda larga – têm grande interesse em mudar esse cenário. É um raro exemplo de uma curiosa coincidência entre interesse econômico com o interesse da população.
"A velocidade deve melhorar nas grandes regiões metropolitanas porque existe o interesse das teles. Hoje elas têm interesse em oferecer uma programação por internet, de televisão por assinatura. E para ter uma transmissão em HD, é necessário uma velocidade de pelo menos 2,5 Mbps, então a maioria destes acessos de baixa velocidade devem ter um upgrade de velocidade ao longo do tempo", conta o diretor da Akamai.
O estudo da Akamai mostrou também a penetração da banda larga em todo o mundo. No Brasil, menos de 1% das conexões é superior a 10 megabits por segundo; 14% estão entre quatro e 10 megabits por segundo... ou seja, os outros 85% estão abaixo disso.
A fibra óptica, que timidamente, começa a ser instalada em algumas cidades do país, é a melhor saída para fazer com que o Brasil suba algumas posições neste ranking. Porém, novamente, por ser um país continental, a dificuldade de instalação e o alto custo fazem com que essa mudança provavelmente ainda leve mais alguns anos para se concretizar.
"Vai levar alguns anos para chegar neste nível em que a sexta economia do mundo também chegue a este posto na área de comunicação digital", diz Silva
O "State of Internet" avaliou também conectividade de rede, tráfego de ataques, e disponibilidade. O Brasil é listado como a oitava maior fonte de ataques no mundo. Para conferir o estudo completo neste mapa interativo, confira o link abaixo do vídeo para comparar nosso país com todos outros ao redor do mundo. Confira e surpreenda-se!
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